12.06.2010

Surrealismo


SURREALISMO



Nas duas primeiras décadas do século XX, os estudos psicanalíticos de Freud e as incertezas políticas criaram um clima favorável para o desenvolvimento de uma arte que criticava a cultura européia e a frágil condição humana diante de um mundo cada vez mais complexo. Surgem movimentos estéticos que interferem de maneira fantasiosa na realidade.

O surrealismo foi por excelência a corrente artística moderna da representação do irracional e do subconsciente. Suas origens devem ser buscadas no dadaísmo e na pintura metafísica de Giorgio De Chirico.
Este movimento artístico surge todas às vezes que a imaginação se manifesta livremente, sem o freio do espírito crítico, o que vale é o impulso psíquico. Os surrealistas deixam o mundo real para penetrarem no irreal, pois a emoção mais profunda do ser tem todas as possibilidades de se expressar apenas com a aproximação do fantástico, no ponto onde a razão humana perde o controle.

A publicação do Manifesto do Surrealismo, assinado por André Breton em outubro de 1924, marcou historicamente o nascimento do movimento. Nele se propunha a restauração dos sentimentos humanos e do
instinto como ponto de partida para uma nova linguagem artística. Para isso era preciso que o homem tivesse uma visão totalmente introspectiva de si mesmo e encontrasse esse ponto do espírito no qual a realidade interna e externa são percebidas totalmente isentas de contradições.

A livre associação e a análise dos sonhos, ambos métodos da psicanálise freudiana, transformaram-se nos procedimentos básicos do surrealismo, embora aplicados a seu modo. Por meio do automatismo, ou seja,
qualquer forma de expressão em que a mente não exercesse nenhum tipo de controle, os surrealistas tentavam
plasmar, seja por meio de formas abstratas ou figurativas simbólicas, as imagens da realidade mais profunda do
ser humano: o subconsciente.

O Surrealismo apresenta relações com o Futurismo e o Dadaísmo. No entanto, se os dadaístas propunham apenas a destruição, os surrealistas pregavam a destruição da sociedade em que viviam e a criação de uma nova, a ser organizada em outras bases. Os surrealistas pretendiam, dessa forma, atingir uma outra realidade, situada no plano do subconsciente e do inconsciente. A fantasia, os estados de tristeza e melancolia exerceram grande atração sobre os surrealistas, e nesse aspecto eles se aproximam dos românticos, embora sejam muito mais radicais.

Abstracionismo


ABSTRACIONISMO GEOMÉTRICO



A arte abstrata tende a suprimir toda a relação entre a realidade e o quadro, entre as linhas e os planos, as cores e a significação que esses elementos podem sugerir ao espírito. Quando a significação de um quadro depende essencialmente da cor e da forma, quando o pintor rompe os últimos laços que ligam a sua obra à realidade visível, ela passa a ser abstrata.

Abstracionismo Geométrico ou Formal, as formas e as cores devem ser organizadas de tal maneira que a composição resultante seja apenas a expressão de uma concepção geométrica.

Neoplasticismo, seu criador e principal teórico foi Piet Mondrian. Onde as cores e as formas são organizadas de maneira que a composição resulte apenas na expressão de uma concepção geométrica. Resulta às linhas verticais e horizontais e às cores puras (vermelho, azul e amarelo). O ângulo reto é o símbolo do movimento, sendo rigorosamente aplicado à arquitetura.

PIET MONDRIAN (1872-1944), pintor holandês. Depois de haver participado da arte cubista, continua simplificando suas formas até conseguir um resultado, baseado nas proporções matemáticas ideais, entre as relações formais de um espaço estudado.
O artista utiliza, como elemento de base, uma superfície plana, retangular e as três cores primárias com um pouco de preto e branco. Essas superfícies coloridas são distribuídas e justapostas buscando uma arte pura.

Segundo Mondrian, cada coisa, seja uma casa, seja uma árvore ou uma paisagem, possui uma essência que está por tráz de sua aparência. E as coisas, em sua essência, estão em harmonia no universo. O papel do artista, para ele, seria revelar essa essência oculta e essa harmonia universal.

Ele procura, pesquisa e consegue um equilíbrio perfeito da composição, despojado de todo excesso da cor, da linha ou da forma.
Em 1940, Mondrian foi para Nova York, onde realizou a última fase de sua obra: desapareceram as barras negras e o quadro ficou dividido em múltiplos retângulos de cores vivas. É a série dos quadros boogie-woogie.

Futurismo


O FUTURISMO



Esta corrente nasceu em Itália e foi um movimento que se manifestou primeiramente na literatura para, mais tarde, se estender às artes plásticas, à arquitectura, à música, ao cinema, etc. O seu surgimento, datado de 1909, foi marcado pelo Manifesto Futurista do poeta Filippo Marinetti. Nesse texto, o autor apresentava como pontos fundamentais a recusa da harmonia e do bom gosto, do geometrismo intelectual dos cubistas, bem como do sensualismo cromático dos fauvistas, propondo uma nova poética que combatia qualquer forma ligada à tradição e fazia a exaltação da civilização industrial com tudo o que ela comportava – o movimento da máquina e da velocidade -, fazendo uma total assunção da sociedade moderna e industrial.



«Os elementos essenciais da nossa poesia serão o valor, a ousadia e a rebelião. Declaramos que o esplendor do mundo se enriqueceu com uma nova beleza: a beleza da velocidade. Um automóvel de corridas é mais bonito que a Vitória de Samotrácia.»

Marinetti, Primeiro Manifesto Futurista, 1909


Características fundamentais

Apologia da máquina, da velocidade, da luz e da própria sensação dinâmica;
Libertação e exaltação das energias;
Exaltação do presente, da velocidade e das formas dinâmicas produzidas pela civilização, reflectindo a vida moderna;
Alternância de planos e sobreposição de imagens, ora fundidas, ora encadeadas, para dar a noção de velocidade e dinamismo;
Arabescos contorcidos, linhas circulares emaranhadas, espirais e elipses;
Geometrização dos planos em ângulo agudo, mais dinâmico, abolindo totalmente os ângulos rectos cubistas na organização espacial, permitindo a sugestão da fragmentação da luz;
Cores muito contrastadas, em composições violentas e chocantes.

O CUBISMO

O Cubismo foi uma tendência artística moderna, surgida em 1906, segundo a qual, o quadro (ou escultura) devem ser considerados como factos plásticos independentes da imitação directa das formas da Natureza.

A denominação de Cubisme tem origem numa observação feita por Matisse junto de um quadro de uma paisagem de Georges Braque no Salão de Outono de 1908. Cézanne, que nunca renunciara completamente ao uso da perspectiva tradicional, nem a pintar de outro modo que não fosse a partir da Natureza, tinha como princípio que tudo na Natureza podia ser traduzido (abstraído) pelas formas geométricas básicas, como o cilindro, a esfera e o cone. Georges Braque inspirara-se neste princípio, para se exprimir no seu quadro, através de planos fortemente acusados e sem recorrer à técnica do modelado. Matisse referira-se a “petits cubes”, junto ao crítico de arte Louis Vauxcelles, que, viria a utilizar num artigo o termo Cubisme, pela primeira vez.

Pablo Picasso, por seu lado, havia pintado desde 1906/7, sob influência da Arte Negra, Les Demoiselles d’Avignon, uma pintura de simplificações violentas e elementares. (A Arte Negra havia sido descoberta por Maurice Vlaminck e propagandeada pelos Fauves.)

A Origem do Cubismo:

“Grupe du Bateau-Lavoir”, o grupo de artistas do Bateau-Lavoir (o lavadouro-flutuante) constituiu-se numa casa da praça Ravignan, em Paris, no bairro de Montmartre, tinha uma escadaria em madeira e no interior algumas particularidades que lhe valeram este nome.

Picasso tinha-a alugado desde 1904.

Picasso, Braque, Juan Gris, Max Jacob e Van Dongen habitaram esta casa onde se deu a invenção do Cubismo.

Fernand Leger juntou-se ao grupo em 1908.

De 1908 a 1914 aí se encontravam também os poetas e os artistas amigos de Guillaume Apollinaire. Guillaume Apollinaire, 1880/1918, foi um poeta e escritor francês que publicou revistas, livros e romances, e ensaios e críticas sobre pintura como les Peintres cubistes em 1913. Publicara em 1911, o “Cortège de Orphée”.

Apollinaire esteve á cabeça das vanguardas do cubismo literário e do cubismo artístico. Introduziu algumas audacias formais, como a supressão da pontuação nos seus poemas e adoptou curiosas disposições tipográficas. Viria a ser precursor do Surrealismo. É considerado o primeiro dos poetas modernos franceses, tendo as suas obras influenciado profundamente a poesia moderna.

Princípios Estéticos:

No Cubismo pretende-se representar os objectos retirando-lhes, abstraindo, a sua “aparência imediata”; a aparência das coisas, e, como adversários da representação directa dos objectos, pretendiam partindo da ciência e dos seus métodos, criar uma arte inteiramente nova, que se dirigisse especialmente á inteligência e ao espírito.

(O Cubismo rejeita os efeitos pictóricos sedutores e a representação de sensações ao modo Impressionista).

O pintor Cubista, representa simultaneamente na tela, vários aspectos de um mesmo objecto, (Simultaneísme: a representação de vários aspectos de um objecto na mesma tela; forma de expressão poética que procura exprimir a multitude fazendo falar ao mesmo tempo, no poema, várias vozes misturadas com os ruídos do mundo; é também uma técnica cinematográfica e de romance), ou seja, representa aquilo que conhece ou entende ser o objecto, e não apenas a imagem óptica desse objecto.

O Cubismo rejeita a representação num espaço pictórico projectado para além do plano do quadro, (como a perspectiva Renascentista, que se baseava num espaço ilusionista para lá do plano da tela), em vez disso, cria um espaço “estreito”, um campo pictórico que aceita a materialidade objectiva da tela, e nesta desenvolve uma superfície onde os objectos plásticos se situam e se interrelacionam. Esta característica virá a marcar profundamente a Arte de todo o século XX.

Em 1912 surge a técnica inovadora da collage, tentando demonstrar que o quadro pode ser um objecto capaz de sensibilizar o observador, apenas pela simples disposição, (com uma certa ordem determinada pelo artista), dos elementos materiais que o compõem; e que, por outro lado, não é necessário que estes elementos tenham qualquer afinidade entre si (areia, vidro, espelho, tecido, etc.), podendo mesmo ser objectos do quotidiano (fragmentos de papel de jornal, papel de parede, etc.), agora investidos com um valor estético.

As letras e os números, quer pintados sobre a tela, quer impressos, bem como as texturas, aparecem como elementos meramente estéticos ou formais, ou ainda como evocadores de outras realidades, literárias, jornalísticas, sociais, etc.

O fundamental é a criação de um “facto plástico”, um Object d’Art, uma situação estética concreta, independente de toda a intenção de imitação.

Após ter início com Braque e Picasso, vieram a aderir ao Cubismo, Fernand Léger em 1908; Robert Delaunay, Gleizes, Le Fauconier, Metzinger, Francis Picabia e o escultor russo Archipenko em 1909; Roger La Fresnaye, Marcoussis, Jacques Villon (Gaston Duchamp) e seu irmão Marcel Duchamp em 1910; a adesão de Juan Gris e a fundação do “Salon de la Section d’Or”, em 1911.

Em 1912, Gleizes e Metzinger publicam o livro Du cubisme e em 1913 Apollinaire publica les Peintres cubistes, méditations esthétiques.

A partir de 1913, o Cubismo difunde-se pela Europa e pela América.

O Cubismo foi um movimento em pintura e escultura, e a sua acção influenciou consideravelmente o gosto e a moda, a partir de 1920, especialmente nas Artes Decorativas.

O Cubismo é um Movimento Abstracionista, ou um Abstracionismo, e não uma Arte figurativa, visto já não se basear directamente na imitação da Natureza, mas, também não será ainda uma Arte Abstracta, porque a Arte do Cubismo se refere ainda a objectos reais, quer formalmente, quer nos próprios títulos que os artistas atribuíram ás suas obras.

O Cubismo está pois a meio caminho entre a Arte Figurativa e a Arte Abstracta, a isso se atribui o termo de Abstracionismo. O Abstracionismo é pois, uma “tendência para a arte não figurativa”.

O Cubismo como movimento de Avant-Garde, dura de 1910 a 1914, e podemos distinguir as seguintes fases:

- Pré-Cubismo ou Fase Cézaniana 1907/9. Influência da obra final de Cézanne, especialmente as suas paisagens na obra de Picasso e Braque, (“les petits cubes”). Esta fase é anterior ao Movimento Cubista.

1º- Cubismo Analítico 1910/13. Vistas simultâneas em várias posições dos objectos, fragmentação dos objectos; cores escuras, cinzentos e castanhos pintados em planos angulosos; experimentalismo, introdução de letras e números, inicialmente pintados e mais tarde em papeis colados sobre a tela, o papier collé em 1912 (a invenção desta técnica deve-se a Matisse); mais tarde introdução de outros materiais e texturas, a collage.

2º- Cubismo Sintético 1913/14. A pintura perde o caracter fragmentário para que as várias partes e texturas se submetam a uma composição global, reintrodução da cor.

Dadaismo


A arte dadá nasceu em Zurique, em 19l6, na época da guerra. A neutralidade desta cidade tornou-a refúgio de artistas plásticos, desertores, políticos e escritores de toda a Europa. A decepção que experimentavam com os horrores da guerra levou-os a criar um movimento na intenção de provocar, ironizar e negar os conhecimentos e habilidades da estética tradicionalmente aceita e admirada.

Cubismo


Esta corrente, Fauvismo, constituiu a primeira vaga de assalto da arte moderna propriamente dita. Em 1905, em Paris, no Salon d’Automne, ao entrar na sala onde estavam expostas obras de autores pouco conhecidos, Henri Matisse, Georges Rouault, André Derain, Maurice de Vlaminck, entre outros, o crítico Louis de Vauxcelles julgou-se entre as feras (fauves).As telas que se encontravam na sala eram, de facto, estranhas, selvagens: uma exuberância da cor, aplicada aparentemente de forma arbitrária, tornava as obras chocantes. Caracteriza-se pela importância que é dada à cor pura, sendo a linha apenas um marco diferenciador de cada uma das formas apresentadas. A técnica consiste em fazer desaparecer o desenho sob violentos jactos de cor, de luz, de sol.

Características fundamentais

Primado da cor sobre as formas: a cor é vista como um meio de expressão íntimo;

Desenvolve-se em grandes manchas de cor que delimitam planos, onde a ilusão da terceira dimensão se perde;

A cor aparece pura, sem sombreados, fazendo salientar os contrastes, com pinceladas directas e emotivas;

Autonomiza-se do real, pois a arte deve reflectir a verdade inerente, que deve desenvencilhar-se da aparência exterior do objecto;

A temática não é relevante, não tendo qualquer conotação social, política ou outra.

Os planos de cor estão divididos, no rosto, por uma risca verde. Do lado esquerdo, a face amarela destaca-se mais do fundo vermelho, enquanto que a outra metade, mais rosada, se planifica e retrai para o nível do fundo em cor verde. Paralelos semelhantes podemos ainda encontrar na relação entre o vestido vermelho e as cores utilizadas no fundo.

A obra de arte nasce, por isso, autónoma em relação ao objecto que a motivou.dos temas mais característicos do autor, onde sobressaem os padrões decorativos.

A linguagem é plana, as cores são alegres, vivas e brilhantes, perfeitamente harmonizadas, não simulando profundidade, em total respeito pela bidimensionalidade da tela.

A cor é o elemento dominante de todo o rosto. Esta é aplicada de forma violenta, intuitiva, em pinceladas grossas, empastadas e espontâneas, emprestando ao conjunto uma rudeza e agressividade juvenis.

Estudo dos efeitos de diferentes luminosidades, anulando ou distinguindo efeitos de profundidade.

Expressionismo


Esta corrente surgiu em 1905 com o movimento Die Brücke (A Ponte), prolongando-se, sob novas formas estéticas, com o movimento Der Blaue Reiter (O Cavaleiro Azul), nascido por volta de 1911. Preocupa-se com as manifestações do mundo interior e a forma de o expressar. Pelas suas características, o Expressionismo desenvolveu-se mais na pintura, dando continuidade a um trabalho iniciado por Van Gogh, Cézane e Gauguin.
Contemporâneo do movimento fauve, o Expressionismo tinha como objectivo combater a arte do passado, condicionada pela tradução da realidade objectiva, reagindo contra a arte académica e contra o Impressionismo, assim como contra as consequências nefastas da era industrial.
Era um grito de revolta individual contra uma sociedade excessivamente moralista e hierarquizada, onde as inquietações da alma raramente se podiam expressar, abafadas por normas e preconceitos. Volta-se simultaneamente para a sátira e para o patético, exprimindo-se com virulência e por processos de deformação subjectivos, traduzindo a angústia perante o progresso desenfreado e desumano característico da sociedade industrial.

Edvard Munch, O Grito, 1898

Esta obra, precursora do movimento expressionista, apresenta características que, mais tarde, seriam típicas desta corrente: cores fortes e contrastantes, distorção do rosto e do corpo, pinceladas rudes e violentas, contornos grosseiros, que traduzem a angústia, a opressão, a violência psicológica patentes no quadro.


Características fundamentais

É uma arte impulsiva e fortemente individual;
Utiliza grandes manchas de cor, intensas e contrastantes, aplicadas livremente;
O seu vocabulário estético reduz-se a formas primitivas e simples;
Formas distorcidas e forma caricatural do desenho, no sentido de se obter maior expressividade;
Contornos fortes e grosseiros;
Temática pesada, que privilegia a angústia, o desespero, a morte, o sexo, a miséria social, com o objectivo de abalar as estruturas burguesas da sociedade e a mentalidade conservadora que se fazia sentir.

Arte Nova






A Arte Nova foi tardia e de pouca duração em Portugal. Teve início por volta do ano de 1905 e terminou 15 anos mais tarde em 1920. Os princípios estéticos adoptados pela Arte Nova portuguesa era semelhantes ao do estilo que já proliferava na Europa; a influência francesa foi a que mais se fez notar nas construções deste estilo no território português. A aplicação da Arte Nova em Portugal deveu-se sobretudo à acção da burguesia urbana, que nas cidades de Lisboa, Porto e Aveiro, desenvolveram edifícios marcantemente deste estilo. A aparição de obras Arte Nova no país deveu-se à pura continuidade artística.

Arte Nova
A Arte Nova foi um estilo estético essencialmente de design e arquitectura que também influenciou o mundo das artes plásticas. Era relacionado com o movimento arts & crafts e que teve grande destaque durante a Belle époque, nas últimas décadas do século XIX e primeiras décadas do século XX. Relaciona-se especialmente com a 2ª Revolução Industrial em curso na Europa com a exploração de novos materiais (como o ferro e o vidro, principais elementos dos edifícios que passaram a ser construídos segundo a nova estética) e os avanços tecnológicos na área gráfica, como a técnica da litografia colorida que teve grande influência nos cartazes. Devido à forte presença do estilo naquele período, este também recebeu o apelido de modern style (do inglês, estilo moderno).
O nome surgiu de uma loja parisiense (capital internacional do movimento), chamada justamente Art nouveau e que vendia mobiliário seguindo o estilo. Caracteriza-se pelas formas orgânicas, escapismo para a Natureza, valorização do trabalho artesanal, entre outros. O movimento simbolista também influenciou o art nouveau. Recebeu nomes diversos dependendo do país em que se encontrava: Flower art na Inglaterra, "Modern Style", "Liberty" ou "stilo Floreale" na Itália. Os alemães criam sua própria vertente de Art Nouveau chamada Jugendstil.
No que diz respeito à arquitectura, o facto de não existirem propriamente traços estruturais nem volumetrias próprias, esta desenvolve-se subsidiária da arquitectura tradicional portuguesa. Um dos maiores aspectos relevantes é a utilização de materiais e técnicas inovadoras tais como o uso de massa de cimento.
Por ser considerada uma arte bela «com proporção, carácter e harmonia, intensidade original como expressão e conceito» (por Adães Bermudes) o principal ponto de aplicação da Arte Nova era na decoração e ornamentação. Portões, varandas e escadarias eram trabalhadas minuciosamente por habilidosos artesãos que davam as pessas os contornos típicos do estilo. A tónica ornamental florista, naturalista e curvilínea era uma constante nos pormenores dos edifícios.
Edifícios em estilo Arte Nova são particularmente comuns em Aveiro e Caldas da Rainha. Em Lisboa, a Casa - Museu Dr. Anastácio Gonçalves é um bom exemplo da variante portuguesa do estilo. No Porto, temos como exemplos, o Café Majestic, a Livraria Lello e Irmão e habitações na Rua da Galeria de Paris e Rua Cândido dos Reis.
Em Portugal foi comum, mais que a arquitectura, a decoração de fachadas e interiores com azulejos em estilo Arte Nova, como se comprova em muitos edifícios do final do século XIX e início do século XX.

A pintura propriamente dita de tela não foi muito abundante; existem apenas alguns pormenores decorativos nalgumas obras de Luciano Freire, ou aindo o auto-retrato de Amadeu de Souza-Cardoso. Grande parte da pintura foi feita na azulejaria que decorava os edifícios. Diversas fábricas produziam os azulejos que depois serviam para ornamentar frontões, frisos, ou mesmos grandes superfícies de parede. Algumas dessas fábricas são a Fábrica de Loiça de Sacavém, do Desterro ou a de Constância.